O meu amor ...


Não finjo o amor que sinto,
nem o pranto que derramo.
Mas sei sim, que do amor que amo,
amo tanto que não sei se minto.

Assombra-me por tanto amor,
que não sinto outro contentamento,
e vez por vez, vem-me um pensamento
que, de pensar, tanto me traz temor.

Perder isso é perder a alma,
entrar em um poço sem saída,
dizer olá à morte e adeus a vida,
É banhar-se em tormento a pura calma.

Medo, tenho tanto,
de perder essa alegria.
Que tanto eu queria,
silenciar por fim esse meu pranto.

Como é grande o sentimento,
que transborda do peito.
E cega-me todo defeito,
que passa como passa o vento.

É tanto amor que me fascina,
assusta e me encanta,
e embora o medo desencanta,
quanto mais aprendo, mais ele me ensina!

E por todo bem que isso traz,
perder-te, eu não quero...
E sim amar, é o que eu espero,
a cada dia... mais e mais!




Luan Kleyton



Outros tantos



Quem dera meu pensar seja importante,
como tão profundas obras tenho visto!
Somente um pouco, sim... Ainda insisto.
Embora meu pensar seja inconstante.

Vontade... tanto tenho,
de compara-me a grandes nomes;
de desfrutarmos de um pensamento que mantenho,
mas fora isso, sou só um nome.

Nome que nada é em outros tantos,
tantos outros no quais tanto admiro.
Que de um simples verso, arranca-me um suspiro,
e alegra-me o dia nos dias dos meus prantos.

Quero gritar-me em versos as contradições do meu peito,
assim como ti, Camões...
Mestre deste bem feito!
Onde, a cada linha que narro, banhar-me faz em emoções.

E em vão momento triste,
lembrar-me faz, a imagem de um jovem moço,
que de amargura vida, visava um poço...
Nobre cavalheiro em vida, Tão pouco hoje ainda existe!

Romântico...
Em versos, narra-te o medo,
versos teus, Álvares de Azevedo,
que, canta-los forma um triste cântico.

Augusto dos Anjos, Drummod de Andrade,
José de Alencar ou José de Anchiete...
Em vista a eles, eu, não sou poeta,
sou mais um na humanidade.



Luan Kleyton