Rios da vida



Os meus rios de vida secaram,
E nada mais as minhas lagrimas derramam.
Meu sorriso escureceu-se aos meus olhos...
Meus gritos se calam, ao meu silencio.
Morto, meu peito inconstante,
E no mais súbito instante
A falta do folego me sufoca,
Me mata, me fere... me envolve!
Gotas rubras pingam em minhas feridas,
Sem cores, sem dor, sem vidas...
As almas do meu amanhecer de treva.
As sombras nas folhas secas,
O soprar do vento,
A chuva entristecida,
Uma existência já esquecida
No vago espaço do tempo.

Luan Kleyton

Eu, e outros versos ...



Não! Porque isso eu digo?
Se mal me tenho, não encontro.
Entre a sombra da noite, me encanto...
Mas nada encanta mais que bom amigo!

Se calo minhas palavras, me sinto cego!
Se nada penso, me esqueço.
Na poesia da vida, mas eu me conheço,
e se me conheço, tudo escrevo, e nada nego!

Faço rima, faço verso...
Calo minha voz, mas em dedos não me calo.
Em cada virgula escrita, mais eu falo,
e me encontro em livre espaço no universo.

Se fujo do contexto não é por que eu quero.
Não percebo, nem mesmo eu espero...
Embora, vez em vez, eu mude o meu enredo.

Quem ver-me diz que sou homem vivido,
mas sou virgem de poucos pensamentos.
Quem ver-me diz que compreendo os sentimentos,
mas sou poeta de pouco tempo percorrido.

Mas de tempo nada importa!
Embora o passado seja tão perfeito.
E se estou errado, esse é o meu jeito.
Pois vivo preso na geração que me sufoca.

Quem dera eu, ter vivido o Romantismo,
de intenso amor e o alivio da morte.
Ah! Quem dera eu, ter tido essa sorte...
Trocar uns versos por meu Capitalismo.

Nunca fiz tanta aventura,
como tantos outros jovens tenham feito.
Mas não me importo em ter esse meu jeito,
triste... Mas feliz na minha loucura!

Não! Digo, por que nada mais eu espero.
Talvez a morte seja o que resta.
Deixar de ser criança, homem... Deixar de ser poeta.
Realmente, isso é o que eu menos quero!



Luan Kleyton

Constante natureza



E fica o outono nas caídas flores,
de rosa a rosa, na triste espera.
Passando o inverno, vêem-se a primavera,
cobrir os campos de lindas cores.

O vento que sopra no mar,
gritando o assobio da natureza
e em nublado céu - Sua beleza...
da chuva que vem a derramar.

Embora vai o sol que tanto arde,
no cair da noite, a beleza muda.
Entre sombras e solidão profunda,
que logo chega no final de uma tarde.

Tudo se repete a cada dia,
e nada do que muda vai embora...
Nem mesmo um pássaro que chora,
cantando a mesma infinita melodia.

Onde não pertenço...



Inutilizáveis correntes que carrego,
presas em meus pulsos de memórias,
vivas em instantes, matando-me, não nego!
O que já não tenho vivo em poucas glórias.

Enterro minhas lembranças de tormento,
no vago espaço de minha alma,
entres caídas flores e pura calma...
O vazio se torna meu contentamento.

Revoadas de escuridão,
entre tantos pensamentos,
misturando-me , em tanta solidão,
que limita meu sentir de tanto sofrimento.

Suspiros quebram o silencio intenso,
em cada nebulosa noite fria...
Queria tanto, achar-me onde merecia,
mas me encontro onde não pertenço.

O meu amor ...


Não finjo o amor que sinto,
nem o pranto que derramo.
Mas sei sim, que do amor que amo,
amo tanto que não sei se minto.

Assombra-me por tanto amor,
que não sinto outro contentamento,
e vez por vez, vem-me um pensamento
que, de pensar, tanto me traz temor.

Perder isso é perder a alma,
entrar em um poço sem saída,
dizer olá à morte e adeus a vida,
É banhar-se em tormento a pura calma.

Medo, tenho tanto,
de perder essa alegria.
Que tanto eu queria,
silenciar por fim esse meu pranto.

Como é grande o sentimento,
que transborda do peito.
E cega-me todo defeito,
que passa como passa o vento.

É tanto amor que me fascina,
assusta e me encanta,
e embora o medo desencanta,
quanto mais aprendo, mais ele me ensina!

E por todo bem que isso traz,
perder-te, eu não quero...
E sim amar, é o que eu espero,
a cada dia... mais e mais!




Luan Kleyton



Outros tantos



Quem dera meu pensar seja importante,
como tão profundas obras tenho visto!
Somente um pouco, sim... Ainda insisto.
Embora meu pensar seja inconstante.

Vontade... tanto tenho,
de compara-me a grandes nomes;
de desfrutarmos de um pensamento que mantenho,
mas fora isso, sou só um nome.

Nome que nada é em outros tantos,
tantos outros no quais tanto admiro.
Que de um simples verso, arranca-me um suspiro,
e alegra-me o dia nos dias dos meus prantos.

Quero gritar-me em versos as contradições do meu peito,
assim como ti, Camões...
Mestre deste bem feito!
Onde, a cada linha que narro, banhar-me faz em emoções.

E em vão momento triste,
lembrar-me faz, a imagem de um jovem moço,
que de amargura vida, visava um poço...
Nobre cavalheiro em vida, Tão pouco hoje ainda existe!

Romântico...
Em versos, narra-te o medo,
versos teus, Álvares de Azevedo,
que, canta-los forma um triste cântico.

Augusto dos Anjos, Drummod de Andrade,
José de Alencar ou José de Anchiete...
Em vista a eles, eu, não sou poeta,
sou mais um na humanidade.



Luan Kleyton

Meu querer


Quero ser mais do que um presente,
um instante sem sentido...
Um vago momento perdido
em uma lembrança inexistente.

Nada mais do que um olhar assustado,
entre olhares tristes, simples...
Ou entre um único olhar apaixonado!

Quero ser mais do que um toque,
um movimento apenas.
Um vasto jardim de flores pequenas,
e rosas... Puras e inocentes que, sem negar,
deixarei que me provoquem.

Quero eu, ser uma gota de mar,
que de grande beleza permanece noite e dia.
Um pingo de chuva, que o céu tende a derramar,
anunciando alegre verão que o doce sol se despedia.

Nada sou, por todo meu querer ...
Embora nada do que quero tenho à merecer!

Espero...


Espero ...
Por um momento,
uma lembrança...
Esperança em sentir
o sentimento que tanto quero.

Espero ...
Calado, se bem querer!
Em um instante,
ei de merecer
a alegria que tanto espero.

E espero ...
No vão do quarto onde me deito,
banhado em sonhos diversos.
Esperando em um dia ser perfeito,
uma única linha dos meus versos.


Luan Kleyton

Outros versos...

Mira-me os olhos que veem o que não vejo,
na lágrima que cobre minha pálpebra dormente...
Em meu corpo impuro, vazio do que desejo,
calar-me a voz do grito entorpecente.

Não finjo o rancor em soltar meu pranto,
matando-me o silencio adormecido...
E finjo sim, de mim mesmo - Esquecida!
Em vão silencio à calar meu canto.

Solta-me das correntes que não sinto,
limitando meu "eu" do que mais quero...
Imaginar-me feliz e o que espero,
mas tal momento não sei se minto.

Fujo da sombra que me esconde,
e no claro do dia me esqueço...
Olho-me no espelho, mas não conheço!
O reflexo que vem não sei de onde.

Sou nada mais que um sentimento entre diversos,
na folha de um poeta, me descrevo!
No pensamento que tanto escrevo,
sou nada mais que simples versos.

Eu não direi o que não sinto...

Eu não direi o que não sinto,
nem falarei o que não penso,
embora seja. este momento tenso,
não calarei o que pressinto.
.
Sinto-me ofegante e impotente,
limitado á um curto pensamento,
deste puro e estranho sentimento,
que há mim foi tão inconseguente.
.
Ferindo-me a cada vaga lembrança,
marcadas por arrependimento,
e um remorso que tanto mata minha esperança,
.
Já pouco viva em meu contentamento,
levando-me a meu tempo de criança,
onde alegre-me era, a cada vão momento.

Marca no peito.

Sinto-me uma dormência em meu peito,
embora a lamina atravesse o outro lado.
Meu olhar de espanto, constantemente apavorado,
marcando em meu corpo um defeito.
.
Sorriso falso em meu rosto,
falsamente forçando a alegria,
e mesmo com a amarga dor - Eu poderia,
embora doa, matar meu gosto.
.
Sanguinária ferida aberta,
sai de mim a vida que não és Tao forte,
no profundo vago que tanto aperte,
.
A alma pálida que abri-me o corte,
e sai de mim o grito que não mais desperta,
no ultimo sopro, levai-me a morte.

Morro a cada dia...


Morro a cada sentimento sem vida,
mas revivo em cada alegria escondida.
.
Junto ao meu peito que tanto chora...
Revivo no mundo onde,
quanto mais se tem medo,
mas a dor demora!
.
Realidade infinita
em olhos vazios de esperança,
Esperança pouco vista
nos olhos de uma simples criança.
.
Morro a cada tremor de terra,
a cada forte tempestade...
A cada triste fim de tarde,
a cada inicio de uma guerra.
.
Morro onde a morte se encontrar,
onde nada mais tem graça...
Morro aqui,
onde meu pensamento demonstra
um mundo rico de desgraça.

Testamento

 
Nada fui, não fui nada!
ninguém importante,
um alguém impotente
com uma alma apaixonada.

Vivi momentos lindos,
inesquecíveis loucuras...
Muitos deles, perdido
em grandes aventuras.

vi coisas boas,
mas o mal sempre é presente.
Conheci muitas pessoas, 
lindas crianças sorridentes.
.
Falei belas palavras de amor,
muitas vezes para a mulher errada...
Nunca sem temor, por saber que eu não sentia nada.

Ouvi grandes musicas,
vastas melodias...
Clássicas e únicas,
matando o silencio dos meus dias.

Pois Fim!
Deixo aqui meu pensamento,
narrando em letras minha vida.
Antes que morra esquecida,
a deixo vive em testamento.


Luan Kleyton 

Em meus abraços

 
Diga o que meus ouvidos querem ouvir,
fale as doces palavras do teu medo.
Não importa o que disser,nem o que sentir
deixarei teu sentimento cair sobre meus dedos.

Fale o que teu coração mandar,
o que teu voz tem há dizer...
Caminharei contigo até não podermos mais andar,
por onde ninguém mais poder nos ver.

Faça o que tua vontade deseja,
não tenha medo de tentar.
faça o bem, o mal.. o que quer que seja!
Faça o que tua alma desejar.

Grite, se assim querer.
Expresse tua tristeza em voz alta.
Chore, se assim merecer.
Sozinha, por tudo que lhe falta.

Em meu peito, encoste teu cabeça,
chore tua dor em meus braços.
Dei-me teu angustia antes que me esqueça.
Derrame tuas lágrimas em meus abraços.



Luan Kleyton

Deixo...


Aos meus pés, deixo cair minha inspiração,
sobre o chão onde piso,
sobre tudo que não mais preciso.
Deixo cair o que não sinto mais no coração.

Deixo morrer o que em mim não mais vida,
morto por tanto medo,
escondido entre um segredo
que sangra entre a ferida.

Esqueço a voz que tanto falo,
deixo o silencio unir-se a solidão,
sozinho, em plena escuridão,
um frio se forma onde me calo.


Luan Kleyton

Esquecimento

Se eu sorrir e ninguém acreditar,
continuarei sorrindo!
Falsamente, fingindo uma alegria
dentro de mim que realmente
não sinto.
.
Meus olhos, abertos ficaram
na luz do dia mais claro.
Quase cego pelas lágrimas
frias de um ser humano
de coração fraco.
.
Não gritarei!
Pois sei que ninguém
ouvira o meu grito.
No silencio eterno,
perdido no pensamento profundo,
onde nem mesmo sei se existo.
.
Esquecerei meus sonhos...
Sonhos que tive
nas noites mais escuras.
Sonhando em sempre entender
o motivo de tantas loucuras.

Poema Triste



Como pude ter dito tantas palavras tristes
em um único verso?!
Tristes pensamentos em letras
pequenas, escritas nas folhas cheias
de sentimentos diversos.

Palavras cheias de dor e angustia,
gritando para fora das minhas lembranças.
Entre as sombras que cobrem a poesia
que escrevo, vazia de alegrias e esperanças.

Em meu coração escuro,
ao longe brilha uma luz.
Perdida dentro de mim mesmo onde procuro,
as lágrimas deste poema que tanto reluz!

Perdoe-me por tanta tristeza que em mim existe!
Por tanto medo escondido em meu peito.
Fazendo-me criar tal poema triste,
que sonho em um dia ser perfeito.




Luan Kleyton